Sabias que entre 40% e 50% das pessoas são introvertidas de alguma forma? Sabias que uma grande parte das pessoas que criam maior influência e líderes em todas as áreas humanas são introvertidos?
És introvertido ou gostarias de conhecer o Poder de Trabalhar com Introvertidos? Este artigo é para ti.
Eu não sou psicólogo e pouco sei da ciência por detrás da introversão e da extroversão. De Jung li o suficiente para saber o nome dele e pouco mais, mas tenho uma experiência de vida, e uma reflexão sobre essa experiência feita com alguma profundidade…
Enquanto passava pela puberdade, estive num seminário missionário e aí, uma das pessoas que mais me influenciou foi um padre italiano chamado Pierino Plona.
Ele era a estrela de qualquer festa, tocava guitarra, tinha um sentido de humor limpo e agudo, conhecia muita gente, imensas pessoas lhe davam prendas porque o adoravam. Para todos, o Pierino (como lhe chamávamos) era o máximo.
(Um dia contarei o seu método subversivo e espectacular para nos educar relativamente às experiências da adolescência relacionadas com o sexo, o tabaco e o álcool, que todos andávamos numa correria para experimentar. Lembra-te: estava num seminário missionário e queria ser padre. Eu e todos os outros miúdos.)
Se estiveres curioso deixa um comentário ali ao fundo e faz a pergunta ou o comentário que entenderes. Eu respondo.
Uma dia numa formação de grupo de desenvolvimento pessoal sobre “conhece-te a ti mesmo” ele confessou que era introvertido. Eu e os outros miúdos ficámos espantados. Pessoalmente esta foi a lição que tirei naquele preciso momento, e foi tão forte que até hoje a recordo como se a tivesse recebido ontem mesmo:
– Tu não és somente quem tu és, tu és em quem te transformas. Independentemente da tua personalidade, das tuas aptidões, tu podes transformar-te em qualquer coisa que tu realmente queiras.
Pensando agora nisso, para um miúdo de 13 anos, este era um pedaço de informação bem avançado e trago-a comigo até hoje.
Bem, o facto é que fiquei chocado com a realidade. O Pierino era introvertido (!), explicou em poucas palavras o que isso é, para podermos verificar o nosso tipo de personalidade nesse aspeto. Pelo que me vem à memória fixei este ponto do inquérito bastante longo que copiámos para os nossos cadernos para nossa reflexão:
- Preferes trabalhar sozinho ou em grupo?
A minha experiência com trabalhos de grupo sempre tinha sido: eu faço tudo e os outros só atrapalham… muita conversa e pouca produtividade, pelo que foi fácil para mim responder àquela pergunta.
O facto é que comecei a tomar consciência de que era na verdade eu era introvertido e comecei a juntar outras peças ao puzzle do introvertido. Reparei que:
- Preferia trabalhar sozinho
- Gostava do silêncio, de pensar. de ler e ficar ali de papo-para-o-ar a curtir a minha música.
- Ficava esgotado depois de uma festa, mesmo sem ter feito qualquer atividade física (nunca gostei de dançar).
- Estava sempre desejoso de ir para o meu quarto e que terminasse o dia cheio de atividades.
- Nunca gostei de desportos coletivos. Apesar de ter jogado futebol “obrigado”. Gostei de xadrez que nunca dominei bem mas no ping pong estava sempre nos 3 melhores.
Isto eu entendi rapidamente aos 13 anos. Porém, também entendi que não tinha de me limitar somente a ser como era, eu poderia mudar se quisesse.
E mudei seguindo o modelo do Pierino. Inspirava-me nele e pensava: se ele conseguiu ser a pessoa mais popular que conheço, eu também posso ser.
- Aprendi guitarra,
- Envolvi-me na organização de atividades do grupo: jogos, peças de teatro (sim, é verdade, deixei para trás uma promissora carreira de ator (!) que durou entre os 13 e os 16 anos),
- Criei uma banda rock no seminário (tinha 14 anos e tinha começado a aprender a tocar guitarra 6 meses antes).
- Aprendi ilusionismo que apresentava em todas as festas.
- Liderei uma “revolta” de seminaristas numa causa que para nós era importante na época, e coloquei os padres todos em alvoroço.
Um dia, pelos meus 17 anos, já estudante na Universidade, um outro padre que era o meu mestre na altura, referiu-se a mim numa conversa privada como sendo eu um líder e falou-me das responsabilidade que daí advinham.
Nessa altura senti-me bem. Tinha superado a minha introversão e tinha-me transformado numa versão própria do Pierino.
Aprendi muito durante a minha adolescência. Uma das coisas mais importantes foi esta:
– Eu podia ser a pessoa que quisesse ser.
E isso deu-me uma sensação de poder tão grande que o sinto até hoje. Sinto e sei que na realidade não há limites para o que podemos conseguir.
Porém, na minha vida adulta, o “introvertido que há em mim” manifestava-se de múltiplas e variadas formas:
- Quando me convidavam para uma festa e eu ia contrariado porque preferia estar em casa…
- Quando me falavam em “trabalho de equipa” e eu era muito mais produtivo a fazer as minhas coisas à minha maneira
- Quando comecei a andar de bicicleta de montanha, comecei a falar da minha recém encontrada paixão e a receber convites para participar em clubes de amadores, e a fazer passeios BTT. Nunca fui. Por outro lado percorri todos os trilhos e atalhos das montanhas da região, sozinho, e fiz muitos milhares de quilómetros um pouco por todo o lado, enquanto ouvia uns áudios de desenvolvimento pessoal do Wayne Dyer.
- Fui professor de Português e de Jornalismo numa escola secundária durante uns anos, e amava as aulas, o contacto com os alunos, partilhar as coisas que sabia e mesmo a minha visão do mundo. Detestava reuniões de professores, notas, avaliações. Em cada período escolar as reuniões de notas eram como chupar um prego ferrugento.
- Reuniões de trabalho, saídas para jantar fora ou “para copos”, estar com muitas pessoas ao mesmo tempo são coisas que fazem parte da realidade e da necessidade e por isso aprendi que podia aprender a fazê-las moderadamente bem.
Mas essa foi somente a primeira parte da lição para um introvertido. A segunda parte veio muito mais tarde.
Se pensares um pouco esta é a realidade: O mundo está feito para extrovertidos.
- A educação promove a extroversão, a superficialidade e a extensão, ao invés da profundidade, da reflexão.
- As ciências são ensinadas como fórmulas que abafam a criatividade, a filosofia despreza-se porque “não tem utilidade nenhuma”.
- Todos os trabalhos são “trabalhos de grupo”, as artes são toleradas porque “afinal existe esta coisa chamada “cultura” que fica mal não apoiar”.
- No trabalho as pessoas são treinadas para trabalharem para outras pessoas, a “vestir a camisola” da empresa, a dar o seu melhor por aquela casa. Porém isso significa dar aquilo que a casa quer e não necessariamente o que as pessoas têm de melhor. Aliás, é típico que um funcionário esteja a dar o seu melhor : ser inovador, criativo, resolvedor de problemas, e que isso vá contra as opiniões das chefias.
- Os empreendedores e empresários precisam ter reuniões, vida social intensa, falar com muitas pessoas, gerar influência em massa. Estar em festas, grupos, atividades. Negócios vêm de relações e relações fazem-se com pessoas, de preferência muitas ao mesmo tempo.
Se fores um introvertido, na vida particular, dizem-te que precisas relacionar-te mais, comer, beber e divertir-e. Ir a festas, conhecer pessoas novas…
… Na vida profissional dizem-te que tens de fazer coisas junto com outras pessoas, conectar-te com muita gente, reunir-te com pessoas influentes na tua área, fazer brainstormings, estar com pessoas e criar relações.
Dizem-te que precisas “fazer parte da malta”, estar onde estão todos, fazer o que todos fazem, ser um do grupo, mas tu és mais produtivo e feliz quando estás sozinho ou com um grupo pequeno de pessoas com quem estás completamente à vontade.
Posso resumir esta segunda lição para um introvertido nestas palavras:
– Apesar de todos te tentarem curar… introversão não é uma doença, é um valor.
Olha aqui o vídeo TED da Susan Cain que fala do Poder dos Introvertidos (legendas em muitas línguas estão disponíveis nos botões de controlo)
- Portugal: “Silêncio , O poder dos introvertidos num mundo que não pára de falar.” FNAC ou BERTRAND
- Brasil: “O Poder dos Quietos” ESTANTE VIRTUAL
Como Ter Sucesso Sendo Introvertido:
- Pára de tentar melhorar aquilo em que não és bom: foca-te em melhorar aquilo em que já és bom e arranja alguém para fazer o resto, se for mesmo preciso ser feito.
- Sai, participa, mostra-te, recebe o melhor do mundo e dá o teu melhor ao mundo, mesmo com algum esforço. Uma parte do sucesso está nas relações humanas, e, principalmente na qualidade dessas relações e tu tens o potencial de te conectares com as pessoas num nível mais profundo do que a maioria.
- Procura uma profissão que possa extrair de ti o que tens de melhor, mas que ao mesmo tempo te desafie um pouco a saíres da tua zona de conforto e a comunicar com o mundo o teu valor.
- A profissão de Bloguer Internet Marketer pode ser a profissão para ti: estás em casa, és dono do teu tempo, lês, escreves, ou fazes vídeos sobre o que te interessa, e, aprendendo com a comunidade, podes fazer mesmo uma vida muito boa assim. (é o que eu faço e muitos fazemos, cada um em sua casa, com resultados bem interessantes)
- Usa um blog profissional como este, conecta-te virtualmente com uma comunidade online de empreendedores e bloguers que fazem do blogar a sua profissão e vivem da internet.
- A reflexão, o silêncio, o valor pessoal têm um valor no mercado muito elevado, fazem falta no mundo do ruído e da superficialidade e são apreciados.
Como Trabalhar com um Introvertido:
- Para um extrovertido, trabalhar em equipa é colocar toda a gente junta , dividir tarefas e ir seguindo os progressos de cada um na parte que lhe diz respeito. Para um introvertido é fazer um briefing geral e rápido entre as pessoas, depois cada um vais criar as suas soluções. Num tempo determinado reunem-se de novo para partilhar experiências e aprenderem uns com os outros. As modificações, alterações e melhorias são feitos particularmente depois de terminada a reunião breve.
- Um introvertido pode ser mais lento a fazer certas coisas. O seu forte não é a velocidade mas sim a consistência. Aproveita-a.
- Quando há muita gente a fazer uma coisa, o introvertido afasta-se e deixa os outros fazerem.
- Como não gosta de conflitos, pode não defender a sua ideia num debate e deixar de dar a contribuição que teria para dar e que poderia ser de uma intuição valiosa.
- Quando, raramente, entra em alguma espécie de conflito é feroz. Podes ficar surpreendido com a ferocidade e ficar a pensar: “mas de onde é que saiu isto? Passou-se!” (já te aconteceu presenciar algo assim? Essa pessoa normalmente calma a quem saltou a tampa é provavelmente um introvertido.)
- Não consegue fazer muitas coisas ao mesmo tempo nem focar a atenção em mais de uma coisa de cada vez. Porém isso que faz, faz normalmente muito bem.
- Dá-lhe espaço e valoriza os seus inputs. O mais certo é essa pessoa estar a ver um detalhe que tu não viste e não verias se ele não te chamasse a atenção.
- Desafia-o constantemente a sair da sua zona de conforto e a “sair mais”, conhecer novas pessoas.
- Acompanha-o nas esquisitices dele como meditar, ler, passear pelo campo, aprende dele a capacidade de se concentrar numa coisa e a levá-la a bom termo.
Todos temos muito para evoluir e para aprender uns com os outros.
- Os extrovertidos podem aprender com os introvertidos a desenvolver-se mental e emocional e espiritualmente, a desanuviar, a limpar a mente e a aprender a relaxar e a concentrar-se .
- Os introvertidos podemos aprender a ser mais contributivos, aprender a criar ligações superficiais com muitas pessoas e daí, quem sabe, achar pessoas muito interessantes. Podemos aprender a divertir-nos, e mostrar quem somos, a deixar o ego de lado porque não temos nada a provar a ninguém. Podemos aprender com os extrovertidos a dizer parvoíces e a fazer coisas sem sentido só porque é divertido.
Podemos aprender a agir mais do que a pensar. Ao colocar ação massiva nas nossas ideias que são muitas e boas, ganhamos logo uma quantidade de pontos aos extrovertidos que estão mais interessados em fazer muito e ir pensando à medida que se vai fazendo.
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Se és Introvertido, comenta aqui em baixo e coloca a tua experiência. Os benefícios e os desafios que encontras.
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Se és Extrovertido, tens alguma história para contar da tua experiência de contacto com os introvertidos.
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Depois que eu li este relatório acho que tenho um pouco dos dois,porque se eu estiver com pessoas conhecidas me acho extrovertida brinco falo piada sem graça mesmo e rimos muito,falo com todo mundo mesmo sem conhecer gosto de dar bom dia boa tarde.
Más se for com pessoas que eu não conheço fico aquela coisa me controlando o tempo todo.más se precisar não me impede de ajudar se não puder arrumo quem faça .
Sei que é mais que isso mais me falta palavras para escrever…,..
Muito obrigada
Abraço 🙏
sou uma INTRO!!!!! sem duvida alguma quando estou sossegada concentrada e alguém se lembra de entrar naquele campo de concentração não me salta a tampa logo logo logo , deixo a pessoa tomar consciência, ou faço um pequeno aviso prévio , se a pessoa não entendeu ou mal me conhece , pode correr o risco de haver uma dada altura sem querer SALTAR MESMO A TAMPA !!!!! e depois toda a gente fica a olhar 🙂 🙂 🙂
Estou mesmo a imaginar a cena! Ahaha, brutal!